Quem não faz parte desse ciclo sem fim?
Sou uma pessoa que detesta errar, (ah tá, quem gosta!?) e que depois de errar, adora se culpar, sofrer e sofrer... já fui pior, mas ainda não sei sair desse ciclo pouco humano!
Sempre me pergunto se aquela cara feia foi sobre algo que disse, se o sumiço foi sobre algo que fiz, se o recado mórbito do face é para me dar um toque... nossa, baixou a Miss louca!
Tento e muito seguir minha vida mesmo diante das situações acima, que graças a Deus, raramente são por minha causa... Mas isso pouco importa, o que me deixa muito triste é como me sinto diante delas... Será que tem gente que sofre loucamente de culpa como eu!?
Adorei a reflexão de Ronaldo Magella que encontrei após digitar "culpa" no google... e, a perfeição foi resgatar na memória a letra de Lulu Santos... no finzinho dela!
Dia após dia, dou um passo além na minha libertação!
Todos nós erramos. Faz parte da vida. Algumas vezes erramos e cometemos pequenos delitos, falamos palavras torpes, insensatas, praticamos atos ignóbeis, e, em outras oportunidades somos atores de grandes e trágicas situações.
Mas invariavelmente, todos nós, de uma forma ou de outra erramos. A grande questão é, como nos posicionamos diante de tais ocorrências. Como diria Lair Ribeiro, não é o que acontece na vida que é importante, mas como você reage ao que lhe acontece.
Em geral, seguimos sempre os mesmos roteiros, erramos, nos culpamos, não nos perdoamos e não recomeçamos. A nossa proposta é, já que o erro existe, uma vez que somos criaturas imperfeitas, e o sentimento de culpa, isso para as mentes conscientes dos seus deveres e direitos, irá desabrochar, que possamos mudar o itinerário: errar, culpar-se, perdoar-se e recomeçar.
Como diz Manoel Philomeno de Miranda, no livro Nos Bastidores de Obsessão, “se alguém incide em erro, que se levante do equivoco e recomece o trabalho da própria dignificação. O erro representa lição que não pode constituir látego, mas ensejo de enobrecimento pela oportunidade que faculta para a reparação e o refazimento”. pg. 102
Errar nos permite enxergar que somos humanos, imperfeitos, suscetíveis de tropeços. Aquele que erra nada mais é do que um ser humano, com suas virtudes e defeitos. Permite-nos ainda, errar, descermos do nosso orgulho e da nossa vaidade ilusória.
O grande mal é o sentimento de culpa, de revolta, remorso que nos acontece nesses ímpares e pares momentos da nossa vida. Poucos de nós aceitamos erros. Errar pra nós é uma vergonha, mesmo quando estamos sozinhos, nos sentimos pequenos diante do mundo e de nós mesmo.
Miranda, no já citado livro, nos aconselha a não cultivarmos tais ressentimentos, uma vez que “a consciência culpada é sempre porta aberta à invasão da penalidade justa ou arbitraria. E o remorso, que lhe constitui dura clave, faculta o surgimento de ideias-fantasmas apavorantes que ensejam os processos obsessivos de resgate de dívidas”.
A proposta é de autor perdoar-se, aceitar os defeitos e desafios e recomeçar de onde parou. Uma atitude positiva diante da vida. Entender que a sabedoria e o conhecimento não é logrado num gesto único, mas diante de varias e infinitas de tentativas e possobilidades.
Errar, sim, erramos, é natural. Culpar-se, não, por quê? Melhor analisar-se, reflexionar em torno da vida e seguir. Perdoar a si próprio, sim, porém não manter uma conduta passiva diante dos fatos, combatê-los, expurgá-los, erradicá-los. E sempre, sempre recomeçar.
Como diz a letra do Lulu Santos, “já não tenho dedos pra contar de quantos barrancos despenquei, de quantas pedras me atiraram e quantas atirei. Tanta farpa, tanta mentira, tanta falta do que dizer, nem sempre é “So Easy” se viver. Hoje eu não consigo mais me lembrar de quantas janelas me atirei e quanto rasto de incompreensão eu já deixei. Tanto bons quanto maus motivos, tantas vezes desilusão, quase nunca, quase nunca a vida é um balão. Mas o teu amor me cura de uma loucura qualquer e encostar no teu peito e se isso for algum defeito, por mim, tudo bem.
Só o amor cura."
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