É isto que amamos nos outros: o lugar vazio que eles
abrem para que ali cresçam as nossas fantasias. Buscamos, no outro, não a
sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas
o colo que acolhe… Como seria bom se as outras pessoas fossem vazias como o
céu, e não tão cheias de palavras, de ordens, de certezas. Só podemos amar as
pessoas que se parecem com o céu, onde podemos fazer voar nossas fantasias como
se fossem pipas…
Rubem Alves
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